Fundado no dia 27 de setembro de 1958, o clube testemunhou a vida social de Navegantes desde que o município foi criado, isso em agosto de 1962. Fundado por um grupo de amigos fanáticos por futebol, o Navemar por oito anos foi conhecido pelo nome “Vai ou Racha”. A associação esportiva seguiu com o time de futebol até 1966. Depois dessa data o “Vai ou Racha” foi batizado com o nome de Navemar e as atividades sociais, como os bailes de carnaval e as festas juninas começaram a ser realizadas com freqüência.
De 1974 até a metade da década de 1980, o Navemar foi palco de diversas atrações musicais e ponto de encontro da população navegantina de todas as classes sociais. Os shows eram sempre disputados e o clube vivia lotado, na sua maioria por jovens. As apresentações dos cantores Nahim, Ari Sanches (Jovem Guarda), Gaúcho da Fronteira e do grupo Portal da Cor ainda são lembradas por aqueles que freqüentaram o Navemar nesse período.
“As atrações eram contratadas de acordo com o que estava na moda. A procura pelos ingressos era tanta que terminava nos primeiros dias de venda”, explica o organizador dos eventos do Clube Navemar durante as décadas de 1970 e 1980, Solon Damásio da Costa, 63 anos, o Bilo.
Quem sente saudades dessa época é a dona Eunice Coelho Palumbo, 61 anos de vida e 49 de Clube Navemar. “O que sinto mais falta são os bailes de debutantes. Teve ano que 21 moças debutaram. Hoje é bem diferente, as moças não gostam, acham cafonice debutar”, lembra.
O marido da dona Eunice, Guilherme José Palumbo, também com 61 anos, foi um dos primeiros fundadores do Navemar e contou um pouco da história do clube em 1966. “O nome Navemar surgiu depois que o grupo do “Vai ou Racha” se separou. Cada um foi cuidar da sua vida em outras cidades e daí em diante foi criado o Clube Navemar”, explica.
Segundo Orlando César de Araújo, 63 anos, o futebol foi o início do Navemar. “Até o fim do “Vai ou Racha” tudo estava direcionado ao futebol, não existia outra atividade.
O time começou a sua fase histórica jogando em Penha e Itajaí. Jogamos em lugares distantes e o transporte era feito de caminhão do Zequinha Toledo, comerciante conhecido na época (1958). Foi com muitas dificuldades que conseguimos o primeiro jogo de camisa, que tinha as cores: azul e branco”, conta.
Araújo disse, também, que o assovio era uma forma de se comunicar nos primeiros anos do clube. “Decidimos usar o assobio da música do filme “A Ponte do Rio Kwai” como uma maneira de se comunicar. Quando uma pessoa ia até a minha casa ou se encontrava em uma das margens do Rio Itajaí-Açú à noite, ela assobiava. Através do som da música do filme sabíamos que era um dos integrantes do “Vai ou Racha”, completou o Araújo